Berzoini prega apoio a Iris em 2010

Durante o aniversário de 75 anos do prefeito Iris Rezende (PMDB), comemorado ontem, o presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, defendeu que o caminho natural de seu partido em Goiás é seguir o projeto político de Iris em 2010. O peemedebista, por sua vez, garantiu que conserva o vigor para concorrer ao governo do Estado nas próximas eleições.

“Queremos estar junto com Iris, seja com a candidatura dele, seja com quem ele apoiar. Nós achamos que aqui em Goiás a parceria entre PT e PMDB tem tudo para dar certo e trazer para o Estado o que o Brasil está vivenciando em termos de crescimento e distribuição de renda”, afirmou o petista logo após chegar à fazenda do prefeito, em Guapó.

Embora evite afirmar que tem projeto eleitoral para 2010, Iris fez questão de ressaltar que está preparado para disputar o governo do Estado. “Não vejo quase diferença nenhuma de hoje para quando eu disputava a primeira vez o governo de Goiás. O vigor é o mesmo e com muito mais experiência”, disse.

“Essa eleição para prefeito agora foi a mais fácil da minha vida. A gente com o tempo vai aprendendo a medir inclusive a necessidade de um trabalho mais intenso ou menos intenso”, ressaltou.

Antes, no entanto, afirmou que, por enquanto, não quer discutir a possibilidade. “Estou muito determinado a realizar um grande trabalho a partir do dia 1º (de janeiro). Daqui até 2010 são quase dois anos. Temos tempo para pensar, nos estruturar e decidir o que será melhor”, disse.

Iris aproveitou para criticar os adversários, que, segundo ele, estão tentando antecipar o debate eleitoral. “Estou impressionado com a pressa que alguns se manifestam a respeito disso. Não sei se é porque estou com responsabilidade administrativa nas mãos e uma antecipação de campanha traria maiores dificuldades, ou se é porque realmente nossos concorrentes estão afoitos nesta hora. Mas, para mim, tudo tem seu tempo.”

Preferência
Lideranças aliadas ao PT e até da oposição afirmam que o presidente Lula nutre o desejo de que Iris dispute o governo de Goiás em 2010. Acredita, dizem interlocutores, que o prefeito seria o nome mais consistente para unir sua base no Estado e enfrentar uma provável candidatura do senador Marconi Perillo (PSDB).

Berzoini admitiu que o peemedebista é hoje o nome que desponta na preferência do presidente, mas evitou antecipar as discussões sobre 2010. “O prefeito Iris sempre mostrou carinho, compromisso e proximidade com o presidente Lula e o PT reconhece isso. Tanto que lutei pessoalmente para que estivéssemos aliados na eleição municipal”, disse.

Enquanto lideranças nacionais do PMDB ameaçam debandar da base de Lula para se aproximarem do PSDB, Berzoini fez questão de elogiar a aliança firmada em Goiânia. Disse que, apesar das dissidências, que classificou como “naturais”, a parceria serve de “exemplo” para o país.

“A aliança que o PT fez com o PMDB em Goiânia representa aquilo que queremos para o Brasil: os dois partidos juntos para continuar mudando o país e eleger o sucessor do presidente Lula”, afirmou. No PT goiano, uma ala capitaneada pelo deputado federal Pedro Wilson resiste em embarcar no projeto peemedebista e já defende candidatura própria em 2010.

Prefeito se emociona em diplomação para 3º mandato

Na solenidade de diplomação dos eleitos na disputa pela Prefeitura e à Câmara de Goiânia, o prefeito reeleito Iris Rezende (PMDB) elogiou a “lisura” da justiça eleitoral durante o pleito e, emocionado, afirmou que, ao receber seu diploma, sentia a mesma emoção que há 50 anos, quando foi diplomado vereador.

“Nunca se viu uma eleição tão regular, com tamanho ambiente de respeito. Não se sentiu um estrelismo sequer dos membros do Judiciário num momento que a mídia se abre com toda sua força para noticiar o processo eleitoral”, afirmou, dirigindo-se à desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O prefeito destacou também a pluralidade e representatividade da Câmara de Goiânia na próxima legislatura, lembrando que será composta “desde aqueles que varrem as ruas (numa referência ao gari Negro Jobs, PSL) até os mais renomados técnicos da nossa capital”.

Iris citou os anos da ditadura (1964-1984) para falar da importância da democracia. “Quantas gerações de homens públicos foram desperdiçadas nesse período”, lamentou. Foi a oitava vez em sua carreira política que Iris recebe um diploma para um mandato eletivo.

O juiz Eduardo Siade, que comandou a diplomação, conclamou os eleitos a servirem de exemplo aos moradores de Goiânia e disse para eles não desperdiçarem o tempo que têm para trabalharem pela melhoria da qualidade de vida da população. “É a hora de vocês plantarem as sementes que brotarão pela eternidade”, enfatizou.

Iris recebeu o diploma das mãos do presidente interino do Tribunal de Justiça, Gilberto Marques Filho. Foi o mais aplaudido na solenidade e os presentes se levantaram para saudá-lo. O vice-prefeito eleito Paulo Garcia (PT) também foi diplomado, assim como os 35 vereadores eleitos e dois suplentes de cada partido ou coligação. Estavam presentes deputados federais e estaduais e familiares dos eleitos.

Na mesa principal estavam a presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Beatriz Figueiredo Franco, e todos os membros da corte, o juiz da 133ª Zona Eleitoral, Eduardo Siade, o procurador regional eleitoral, Cláudio Drewes, o presidente eleito do Tribunal de Justiça, Paulo Teles, e o presidente em exercício do Tribunal, Gilberto Marques Filho. O governador Alcides Rodrigues (PP) foi representado pelo vice-governador Ademir Menezes (PR).

Ao discursar em nome dos vereadores, Bruno Peixoto (PMDB), campeão de votos nesta eleição, também elogiou o TRE pela “lisura e rapidez” no resultado eleitoral. Destacou principalmente o papel dos partidos e dos suplentes na eleição. “Nenhum de nós vereadores atingiu o quociente eleitoral para ser eleito sozinho. Então, temos de valorizar os suplentes que nos ajudaram a chegar aqui”, disse.

Presidência
Antes da solenidade, ao chegar na sede da Associação dos Magistrados de Goiás (Asmego), Iris garantiu que até agora está “absolutamente ausente” da disputa pela presidência da Câmara, mas disse que pode interferir no processo. “Acredito que a bancada aliada será competente para escolher o melhor. Mas, se ocorrer desencontros, me sinto na liberdade de interferir até por ter sido também responsável pela eleição deles”, disse o peemedebista.

Voltou a dizer que a tendência é de que o presidente seja do PMDB, que terá a maior bancada da próxima legislatura, com 11 vereadores. Apesar do clima de acirramento e do alto número de candidatos a presidente – pelo menos sete só no PMDB – Iris acredita que a disputa não vai gerar atritos em sua base.

O prefeito disse que vai definir sua nova equipe apenas “no último momento deste ano”. “Tenho de adotar certas cautelas com essa questão de equipe. É a primeira vez que me vejo nessa situação, reeleito. É mais difícil mexer assim do quando é eleito pela primeira vez e às vezes não há compromisso algum com a equipe anterior”, justificou.