quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Prefeito Iris Rezende passa por cirurgia e retira vesícula

Após ter sido internado no final de semana com fortes dores abdominais e náuseas, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), passou por uma vídeolaparoscopia na madrugada de ontem para desobstrução de uma suboclusão intestinal e retirada da vesícula. A repercussão sobre o estado de saúde de Iris, tido como possível candidato a governador em 2010, fez aliados se apressarem para minimizar o impacto político da cirurgia.

Lideranças do PMDB garantem que, apesar do susto, ele continua no páreo para disputar o governo do Estado. Ontem os médicos acalmaram os ânimos afirmando que o prefeito se recupera bem e deve ter alta até sábado.

Em entrevista coletiva na porta do Instituo de Neurologia de Goiânia, onde Iris está internado, o gastroenterologista Hélio Moreira, que acompanhou a cirurgia – o procedimento foi realizado pelo cirurgião Áureo Ludovico – garantiu que o procedimento foi um sucesso e que o peemedebista passa bem.

“O prefeito está apresentando uma recuperação extraordinária. Já está andando no quarto e deve voltar a se alimentar até amanhã (hoje). Creio que dentro de no máximo dez dias ele poderá retomar todas suas atividades normalmente”, disse Moreira.

O peemedebista havia sido internado na noite de domingo com fortes dores abdominais e vomitando muito, sintomas que os médicos diagnosticaram como fruto de uma suboclusão intestinal. Iris permaneceu no hospital tomando soro e medicamentos até as 14 horas de segunda-feira.

No dia seguinte, o prefeito deu expediente em seu gabinete durante a manhã, mas à tarde voltou a passar mal. Após se reunir com familiares e médicos, decidiu no início da noite se internar para fazer a cirurgia, realizada no decorrer da madrugada.

domingo, 1 de novembro de 2009

ENTREVISTA / Iris Rezende

Pré-candidato do PMDB ao governo estadual, o prefeito Iris Rezende afirma que o teste de gestão a que o grupo PP-PSDB – agora em crise – foi submetido será o trampolim para a volta dos peemedebistas ao Palácio das Esmeraldas. Em entrevista ao POPULAR, no Paço Municipal, Iris afirma que venceu as eleições em Goiânia em 2004 e 2008 porque a proposta do novo, feita pelo hoje senador Marconi Perillo (PSDB), “não deu certo” – em referência ao bordão do tempo novo cunhado pelo tucano.

O governador Alcides Rodrigues tem dito que o índice de 73% de indecisos na pesquisa Serpes/ O POPULAR, na consulta espontânea, indica um espaço para um projeto político eleitoral alternativo ao do PSDB e ao do PMDB. O senhor acredita que há espaço para isso em Goiás?
Uma suposição, não gosto de falar em hipótese, mas se amanhã me declarasse candidato a governador, não tenho dúvida de que aquela porcentagem de 40% que eu tenho lá viria para 50%, porque na verdade como você vai buscar (um resultado) numa manifestação espontânea se eu nunca falei que sou candidato? Mas acho que tem campo para outros candidatos, sem dúvida. Disputei a prefeitura de Goiânia em 2004 com mais sete postulantes e não ganhei no primeiro turno por uma diferença pequena. Acho que o número de candidatos não prejudica, pelo contrário, dá oportunidade para uma discussão mais abrangente das questões que afligem o Estado.

Esse crescimento aconteceria também para Marconi Perillo (PSDB) se ele afirmasse que é candidato e, consequentemente, isso reduziria o espaço para a terceira via?
Uma terceira via tiraria voto de onde? Do lado de lá. No momento em que o governador faz surgir essa terceira via, é para tirar alguma coisa do lado de cá. Mas ela (a candidatura) vai penetrar muito mais fortemente no terreno que tem sido comum deles, e agora, ao que parece, há uma disposição de candidatura própria. Sobretudo sob a liderança do PP e do governador.

O senhor acha que é possível essa idéia de terceira via em Goiás? Pela experiência que acumulou, existe espaço em Goiás para uma alternativa aos grupos que tradicionalmente se enfrentaram numa disputa eleitoral?
Ninguém pode negar a liderança do governador, tanto é que ele chegou ao governo. É um político de tradição em Goiás. Agora, eu o vejo em condição de liderar uma terceira via? Acho que sim, sobretudo na área em que ele está integrado. No nosso terreiro, o avanço será pequeno.

Por que, prefeito?
Porque ele foi sempre ligado às forças de lá.

Segundo a pesquisa Serpes, o governo de Alcides é considerado bom e ótimo por cerca de 34% das pessoas. Um governo essa imagem consegue reunir força política suficiente para construir um projeto eleitoral alternativo?
Tem, indiscutivelmente. Ele (Alcides) tem sido um chefe de governo humilde, esforçado e, embora em pequena dosagem, tem mostrado ao Estado que a situação do governo que ele recebeu era a mais precária possível. Então tudo isso dá a ele condições para um bom desempenho eleitoral.

Prefeito, se o senhor fosse pesquisado pelo Serpes, como avaliaria o governo de Alcides: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo?
Na minha condição eu diria que tenho que avaliar o governo levando em conta a situação em que ele recebeu o Estado – segundo a gente vai pinçando pela própria imprensa, pelas declarações do governador e dos próprios auxiliares – ele recebeu um Estado arrebentado, a Celg falida, Saneago em dificuldades profundas, um déficit de R$ 100 milhões por mês. Se ele tivesse recebido um Estado em situação boa e tivesse feito o que tem feito, a minha nota não seria de governo bom. Mas, levando em conta a situação do Estado que ele recebeu, e ele tem conseguido um desempenho razoável, então a minha nota é maior, porque quem milita na política, quem conhece administração pública como eu conheço, tem de levar em conta a situação do Estado que ele recebeu. E, segundo consta, foi de uma situação precária.

O senhor tem dito que a próxima eleição será muito apaixonante...
Vai ser uma eleição emocionante porque vai ficar mais nas mãos do eleitor do que de lideranças, porque normalmente quem dita comportamento social numa época de eleição é o líder. Por que a próxima eleição será diferente? É porque é o próprio povo quem vai definir quem é o melhor, porque ele conhece os dois. Hoje nós temos três forças políticas: o PMDB e os seus partidos aliados; o governo do PP e os seus partidos aliados; e o PSDB com os seus partidos aliados. Lá no PSDB, a liderança maior, indiscutivelmente, é o senador Marconi; no PP é o governador Alcides, e no PMDB é esse grupo aí que vem se colocando na oposição desde que perdemos a eleição para governador em 1998. Bem, então o povo conhece hoje de sobra Iris e os seus companheiros. Conhece de sobra Marconi e os seus companheiros. Conhece de sobra Alcides e os seus companheiros. Então, vai ser fácil demais para o povo definir. Demais.

Na sua opinião, o que o eleitor vai levar em conta para se definir por um por um desses projetos eleitorais? Qual será o discurso, qual o mote da campanha do ano que vem?
Competência administrativa. Sistema de administrar. Responsabilidade, sobretudo na condução dos negócios públicos. Então, a hora em que começar a campanha, forem definidos os candidatos, você vai notar. Não vai adiantar propaganda bonita, o povo não vai se deixar enganar, o cidadão vir e oferecer 400 mil casas, 200 mil empregos, não adianta isso mais. “Vou asfaltar o mundo, vou fazer isso, aquilo”, não vai (adiantar prometer). Como é que vou falar de uma coisa se ocupei o governo e não dei conta? Por que é que agora vou dar conta, por que agora vou fazer? Então, é o conhecimento que o povo tem desses líderes. Quando fui candidato em 1982, o primeiro item era de que o Iris representava a reação a um sistema de arbítrio implantado no País. Valeu um pouco o meu comportamento como prefeito de Goiânia, quando fui cassado. Hoje o povo sabe qual é o sentimento que cada um tem com as classes mais sofridas. É a vivência que cada um (candidato) tem na política que vai fazer o povo abraçá-lo ou despedí-lo.

Na eleição de 1982, o senhor era um representante da luta contra o arbítrio e tinha uma imagem de administrador em Goiânia. Em 1990, defendeu a reconstrução do Estado em crise no final do governo Santillo. Em 1998, defendeu a imagem dos governos do PMDB e o povo optou pelo novo, pela mudança. Agora...
O povo acostumou com obras, com tudo.

Pelo que está falando, a marca do PMDB continua sendo a de construtor de obras. O que vai diferenciar o discurso de agora daquele de 1998?
Construção de obras, valorização da pessoa humana, a competência de gestão... Por que você acha que fui eleito prefeito em Goiânia há cinco anos? Foi pelo conhecimento que o povo de Goiânia tinha do meu comportamento em frente à administração. Foi por isso. Quando eu decidi pela candidatura a prefeito, já haviam sete postulantes. Fui o oitavo. E você veja bem que, no segundo turno, se juntaram todos contra mim. O presidente Lula apoiou o Pedro Wilson, porque era o candidato do seu partido. O governador Marconi apoiou publicamente em caminhada o seu candidato. Não adiantou nada. Por quê? Porque eu já era conhecido. E o novo já não deu certo. A verdade é essa. O novo em Goiânia não deu certo. Então, esse processo vai repetir, eu acredito. Agora, não quero dizer em termos de nome, mas em termos de forças políticas, como é que essas forças se comportam na administração. Goiânia não deixa de ser um espelho. O povo está notando qual o comportamento dessas forças com o poder nas mãos. É uma situação bem diferente, bem especial.

O PSDB construiu a imagem de que fez uma administração modernizadora. Não é um partido de obras, mas fala em uma gestão de modernização do Estado e também de preocupação com o ser humano, com investimentos na área social. O senhor não acha que esse é um discurso forte para contrapor ao do PMDB?
O povo quer resultados. Muita propaganda se fez. Que inovação experimentamos? Foi na área da informática, com o avanço da informática em todo o mundo. O governo tinha de aproveitar todo esse potencial que tinha às suas mãos. Bem, mas e o social? Onde ficaram as casas populares que anunciaram naquela época? Não sei.

Mas e as conquistas sociais, como distribuição de renda por meio de programas como Renda Cidadã?
Não, espera aí! A primeira preocupação com o social tem de envolver a família, a moradia. Tem de envolver um bom ensino, boa saúde, desenvolvimento. Porque pensar em social não é simplesmente distribuir esmola. Pensar em social é valorizar, dar oportunidade para a pessoa se desenvolver. E é isso que estamos fazendo na Prefeitura de Goiânia, sem barulho, sem publicidade. Hoje a população de Goiânia é feliz. Claro que numa população de um milhão de habitantes você não põe 100% (das pessoas) felizes. Mas, de modo geral, a autoestima do goianiense está alta, levantou, se agigantou. De conversa e publicidade, o povo anda cheio. Por isso eu digo: todos são conhecidos. Alguns prometeram e não fizeram. Essa é a grande verdade.

Uma das forças, o PSDB, está se preparando para se colocar na oposição ao governo do Estado. O senhor acha que a entrada do PSDB na oposição vai complicar o discurso do PMDB?
Eu até me reservaria para fazer uma avaliação dessas num futuro, não hipoteticamente. Estou pagando para ver o comportamento dessas forças em relação ao governo estadual, porque acho até que isso vai dar ensejo ao próprio governo, se isso acontecer, de abrir a caixa-preta que até muita gente desconhece. Apenas sei que o governador encontrou o Estado numa situação difícil, com déficit de R$ 100 milhões, mas a caixa-preta não se abriu. Por que o Estado chegou a essa situação? O povo não sabe e precisa saber. E a campanha vai incendiar isso. O que levou o Estado a essa situação? Naquela época não existia ainda crise internacional que passamos a experimentar no último ano. Então há muita coisa aí a se discutir.

O senhor acha que, por isso, o PSDB vai ficar neutro na relação com o governo?
Tem de perguntar isso para eles. Eu sei qual a posição que nós vamos tomar. Essa eu posso dizer, com o incentivo dos companheiros todos.

Não há risco de o PSDB romper com o governo e sobrar para o PMDB a responsabilidade de apoiar esse governo, a governabilidade e até, lá na frente, justificar esse governo?
O PMDB tem de ter um comportamento exemplar como sempre procurou ter. Não podemos trazer a política para um nível que prejudique os interesses populares, do Estado. O PMDB nunca reivindicou um cargo no governo Alcides, e tem dado apoio. Por quê? É o espírito público que norteia nossos sentimentos. O PMDB nunca apoiou o governador, nem apoiaria se por acaso chegasse aí uma mensagem consolidando interesses de terceiros, interesses pessoais. O governador tem sempre encaminhado (à Assembleia) projetos do interesse do governo e, assim, o PMDB não deixará de apoiar mesmo em época eleitoral. Não precisamos adotar o caminho do “quanto pior melhor”, porque temos história. Se o jovem não sabe o comportamento do PMDB, o pai dele e o avô sabem.

domingo, 23 de agosto de 2009

Iris antecipa anúncio de candidatura

Lançamento é tentativa de peemedebista de conter onda pró-Meirelles provocada por visita de Lula

Não foi só a pré-candidatura a governador do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Goiás pode ter antecipado. O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), também deve anunciar sua pré-candidatura dentro das próximas semanas, revelam fontes ligadas ao peemedebista.

Iris ponderou a aliados nos últimos dias que o fato de Meirelles ter entrado no páreo, contando com a preferência de Lula, reduziu a perspectiva de poder do PMDB e, com isso, o partido corre o risco de perder quadros até o final do período de filiação, em setembro. Além disso, enfraquecida após a passagem de Lula no dia 13, a sigla caminhava para assumir papel de coadjuvante nas negociações para a sucessão estadual.

Ao se colocar na disputa, o PMDB voltaria a ocupar lugar central na mesa de negociações da base lulista. Iris queria evitar a antecipação do embate eleitoral e preferia manter os holofotes na administração. Mas avaliou que após os últimos fatos políticos, somados à movimentação intensa do senador Marconi Perillo (PSDB), ficou difícil prorrogar a pré-candidatura.

“Pelo que conversei com o prefeito, tenho a convicção de que nos próximos dias ele vai decidir sobre sua candidatura”, afirma o presidente estadual do PMDB, Adib Elias. “As eleições estão aí, não dá para adiar muito. E o partido quer Iris candidato, não temos como segurar mais esse sentimento”, justifica Adib.

A cúpula do PMDB pretende intensificar o diálogo de Iris com prefeitos e lideranças do interior em setembro, promovendo reuniões no Paço Municipal, e cogita promover um ato político pedindo que anuncie de forma mais veemente sua candidatura.

Embora ainda mostre cautela em avançar no processo, o prefeito disse a interlocutores que vai “dar uma sacudida” no cenário político e no PMDB em setembro. Sua intenção, dizem fontes do partido, não é se colocar definitivamente como candidato. Vai deixar uma porta aberta para possíveis composições.

Debandada
Logo após Lula apontar preferência por uma candidatura do presidente do BC, o PMDB detectou que algumas lideranças no interior já começaram a pavimentar uma aproximação com o PP do governador Alcides Rodrigues, partido no qual Meirelles deve se filiar. Acreditam que só Iris teria força política suficiente para segurar uma debandada e garantir o empenho da legenda por um candidato próprio.

“Sem Iris, as chapas proporcionais do partido afundam e o PMDB acabará indo em direção à candidatura mais palpável, que hoje é a de Meirelles. Ninguém no partido tem mais idade para aventura”, avalia o deputado estadual José Nelto, um dos que pediram ao prefeito que entre de vez no processo. “Hoje, só Iris segura o PMDB. Com ele, vamos para a guerra”, afirma.

Mesmo que não leve adiante o projeto de disputar o governo, ao se colocar no páreo, avaliam auxiliares, Iris puxaria para si as articulações visando uma composição. Evitaria assim que as negociações com lideranças de seu partido fossem realizadas no varejo, o que enfraqueceria o PMDB.

A pré-candidatura de Iris também teria força para reduzir o ímpeto de algumas lideranças do PT que têm simpatia por uma aliança com o PP. Sua disposição em entrar na disputa acende a perspectiva dos petistas assumirem a Prefeitura de Goiânia.

As últimas declarações do prefeito mostram disposição em se posicionar no processo eleitoral. Após sair de reunião fechada com Lula em Brasília, na quarta-feira, Iris garantiu que o PMDB terá candidato a governador. A afirmação contraria o esforço do Palácio do Planalto em ter uma única chapa aliada em Goiás, encabeçada por Meirelles.

Ontem, durante mutirão da Prefeitura na região Sudoeste, o prefeito voltou a defender chapa própria, com o apoio do PT, e disse que não via problema na divisão da base lulista em Goiás. “Ninguém pode se assustar com um maior número de candidatos. Disputei a prefeitura (em 2004) contra outros sete candidatos. Vivemos num pluripartidarismo, quem quiser lançar candidato, que lance, é bom para o povo ter um maior leque de opções”, disse.

Sua inserção na disputa também serviria para criar um fato político novo e superar o mal-estar do episódio com o presidente. Nas palavras de um aliado, seria até “um ato de desagravo pessoal” e uma demonstração de força ao Palácio do Planalto e aos partidos da base após ter sido jogado para escanteio.

domingo, 24 de maio de 2009

Iris Rezende fala em possível candidatura ao governo do estado no ano que vem

Estimulado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), em visita ao mutirão na Região Noroeste, o prefeito Iris Rezende (PMDB) voltou ontem a falar em candidatura a governador e disse que, se as pesquisas não apontarem rejeição a um projeto eleitoral, deixa a Prefeitura para disputar as eleições.

“Vamos fazer pesquisa se devo deixar ou não (a Prefeitura) e confesso que, se Goiânia entender que não posso deixar a administração, eu fico. Mas se disser ‘pode ir’, eu irei”, afirmou Iris. Minutos antes, em entrevista à imprensa ao lado do prefeito, Cabral disse ter sentido um “clamor nas ruas” pela candidatura de Iris e defendeu a manutenção da aliança entre PMDB e PT.

“O que sinto é que essa aliança entre PT e PMDB inexoravelmente lançará candidato ao governo estadual. O povo está nas ruas querendo o Iris em 2010”, disse Cabral, elogiando a “disposição de menino” do prefeito.

A visita do governador do Rio a Goiânia, sob o pretexto de conhecer o mutirão, faz parte de uma estratégia do PMDB de oferecer-lhe vitrine nos Estados e prepará-lo para a possibilidade de ser candidato a vice numa chapa aliada ao Palácio do Planalto. Ele nega a intenção de entrar na corrida presidencial e diz que é candidato à reeleição.

Cabral passou toda a manhã no mutirão e rasgou elogios ao projeto. “Isso é um shopping de serviços a céu aberto”, disse, frisando que já sugeriu ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que visite o próximo mutirão. Contou também que vai lançar no Rio serviço semelhante. No dia anterior, o governador mostrou desconhecimento do perfil atual do programa fazendo relação com a construção de moradias populares.

sábado, 18 de abril de 2009

PMDB define Iris Rezende como candidato ao Governo do Estado em 2010

O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), foi tratado como o candidato de consenso dos peemedebistas para a disputa pelo Palácio das Esmeraldas, no ano que vem, durante encontro do partido realizado ontem em Goiatuba. Apesar de dividida sobre a postura em relação à administração de Alcides Rodrigues (PP), a legenda demonstrou afinação nas críticas ao sucessor do pepista, o atualmente senador Marconi Perillo (PSDB).

As lideranças peemedebistas também reforçaram o discurso da necessidade de construção de uma grande aliança na disputa para o governo estadual, que tem no PT o alvo preferencial. Em 2006, o então senador Maguito Vilela, hoje prefeito de Aparecida, disputou as prévias do partido contra o então prefeito de Catalão, Adib Elias, e, apesar do favoritismo, perdeu a disputa para a Alcides. O insucesso na formação da aliança com o PT, entre outros fatores, foi apontado como uma das causas da derrota.

Desta vez, Adib, que atualmente preside o PMDB regional, fez questão de excluir, pelo menos no discurso, qualquer possibilidade de ser candidato ao governo. “Política tem fila. E o maior sonho que tenho é ver Iris de volta ao governo do Estado”, disse.

Tempo Novo
As críticas a Marconi, autor do bordão do Tempo Novo, foram desferidas com a exibição de um vídeo, na reta final da reunião. Adib exibiu a gravação, com cenas de obras que, segundo o presidente do partido, teriam sido “abandonadas pelo Tempo Novo”. O vídeo também mostrou imagens de rodovias do Estado em mau estado de conservação. Foram, ao todo, 12 minutos de exibição.

Mas, assim como fez o presidente regional da legenda, a maior parte das autoridades presentes aproveitou o primeiro grande encontro do PMDB este ano para declarar apoio irrestrito à candidatura do prefeito de Goiânia ao governo do Estado. “A causa que move o PMDB hoje é a candidatura de Iris ao governo”, disse o deputado estadual Thiago Peixoto, maior crítico de Alcides na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Romilton Morais fez uma comparação com o passado político de Iris. “Goiânia terá que ceder novamente o senhor ao governo estadual”, disse.

Já Iris evitou falar sobre o assunto e ressaltou que ainda não há definição em relação à sua candidatura. “Não é o momento de escolher candidato. Estamos a um ano e meio das eleições. Amanhã, se Goiânia e o povo decidirem que sou o melhor nome, estarei pronto”, disse o prefeito da capital.

Mesmo sem assumir a candidatura ao governo, Iris deu sinais de que a caminhada ao Palácio das Esmeraldas já começou para o PMDB. Ele sugeriu a Adib que seja constituída, imediatamente, uma comissão com técnicos e especialistas em diversas áreas para preparar o plano de governo da legenda para o ano que vem. “O boi está no buraco e não podemos descansar, nem nos acomodar”, disse Iris, que fez questão de lembrar que esta foi a terceira vez que saiu da capital para evento político desde que assumiu a Prefeitura, em janeiro de 2005.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Iris entrega primeiras obras

Quase cinco meses após o início do segundo mandato, o prefeito Iris Rezende (PMDB) prevê para o início de maio as primeiras inaugurações e atos de lançamentos de obras. A demora na nomeação de comissionados, as medidas administrativas para prevenir os efeitos da crise econômica e as fortes chuvas são as causas para o atraso, segundo auxiliares, que levou o peemedebista a suspender a agenda política para se concentrar no calendário de obras.

As ações em habitação e meio ambiente serão o foco dos primeiros anúncios. Para o mês que vem está prevista a entrega de 5,1 mil moradias, em seis residenciais populares, construídas com empréstimo captado na Caixa Econômica Federal (CEF). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff virão para a inauguração.

O prefeito também pretende entregar em maio o Parque Cascavel, na Região Oeste. Entre as ações no meio ambiente está o que o Paço Municipal define como “reconstrução” do Parque Mutirama. A obra prevê a construção de um túnel sob o trecho da Avenida Araguaia que ladeia a área, para permitir a integração do parque com o Bosque Botafogo, às margens da Marginal Botafogo. Ainda não há data definida para o lançamento.

Para até o fim do primeiro semestre está previsto o início das obras de dois novos viadutos na Marginal Botafogo: no cruzamento da Avenida 88, no acesso ao estádio Serra Dourada, e na confluência com a Avenida 136, na Avenida Jamel Cecílio. A Prefeitura vai aproveitar a intervenção para recuperar as pistas da marginal, que têm sido constantemente danificadas pelas chuvas fortes.

Na tentativa de manter o que chama de ritmo administrativo, o prefeito pretende intercalar o lançamento e entrega de grandes obras com pequenas inaugurações, entre elas de praças e asfalto. As primeiras ações na área de urbanização devem ser entregues ainda neste mês, segundo auxiliares do prefeito.

O esforço de Iris para dar visibilidade à gestão tem no horizonte às eleições estaduais do ano que vem. Pré-candidato, o prefeito quer manter a capital como a “vitrine” administrativa do partido para a disputa e, ao mesmo tempo, percorrer o interior do Estado para promover o partido e sua possível chapa ao Palácio das Esmeraldas.

Lentidão
As fortes chuvas das últimas semanas paralisaram as algumas das principais obras da prefeitura. A exceção é para a construção das moradias populares, que mesmo assim segue em ritmo lento.

Segundo dados da Prefeitura, são 36 frentes de trabalho nas obras (veja quadro) – algumas ainda nem haviam iniciado – que terão início ou reinício apenas na estiagem.

Com o atraso provocado pelas chuvas, a entrega definitiva das 5,1 mil casas pode ficar para setembro, segundo integrantes da Secretaria da Habitação. Oito novos residenciais estão sendo construídos para abrigar famílias em condição de risco, mas dois deles - Orlando de Morais e Antônio Carlos Pires - não tiveram as obras iniciadas.

As casas dependem de documentação, mas os equipamentos urbanos (escola, creche e unidade de saúde) já estariam em construção se não fosse o período chuvoso.

Nos outros residenciais, a construção de casas continua, mas em ritmo lento. Segundo a Secretaria de Habitação, os funcionários ficam no canteiro e, quando chove, os operários param. Quando passa a chuva, voltam a fazer o que é possível dos serviços internos, porque na área externa é sempre muito difícil trabalhar com a terra e material de construção molhados.

Oficialmente, a secretaria não trabalha com a hipótese de atraso na entrega dos residenciais. Todos eles foram licitados e estão sendo edificados por construtoras particulares, que prometeram colocar mais gente para trabalhar no período de estiagem e acelerar o ritmo das obras da Prefeitura.

A administração parou outras pequenas obras, como a implantação de rede de captação da água pluvial nos setores Jardim Atlântico e Parque Santa Cruz. Os servidores da Agência Municipal de Obras (AMO) que deveriam estar nesses canteiros, cerca de 200, atuam para socorrer estragos da chuva como o da Marginal Botafogo, cujo canal corre risco de desabamento em função do afundamento do solo.